segunda-feira, 23 de julho de 2018

Abandono paterno, um trauma que marca a vida inteira da criança!


Basta olhar para seus familiares, amigos próximos ou mesmo para você, casos de pais que abandonam filhos, sequer os assume ou aparece de vez em nunca é muito mais comum do que pensa. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, 5,5 milhões de crianças brasileiras matriculadas em escolas não têm o nome do pai em seus registros de nascimento.

Segundo dados colhidos pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de 2015, o Brasil ganhou mais de 1 milhão de famílias compostas por mãe solo, em um período de dez anos. Só no Estado de São Paulo, há 750 mil pessoas, de 0 a 30 anos, sem o nome do pai no registro, de acordo com dados do governo estadual.

Isso só para falar daqueles que já sumiram desde o primeiro momento, sem contar homens que abandonam os pequenos depois do nascimento ou durante o crescimento da criança.
Por mais que o relacionamento não tenha dado certo com a mulher do seu filho, usar como justificativa isso para abandonar a criança não é válido, apesar de ser conveniente para muitos homens.
Quando um pai cuida de um filho, que é simplesmente sua responsabilidade, é louvável de parabenizações, elogios. Enquanto isso, você já parou para pensar em todos os julgamentos que uma mulher recebe quando não está cumprindo seu papel de mãe?

O que quero falar aqui é o quanto a ausência e abandono paterno podem acabar com a vida de uma criança.

“Os prejuízos vão muito além do nome que não consta na certidão. O abandono material acarreta sérias consequências na subsistência da criança, que depende só da mãe para ser provida. No entanto, a longo prazo, o abandono afetivo acarreta traumas que jamais serão mensurados, já que a ausência paterna pode trazer inúmeros danos psicológicos”, ressalta Thaís Perico, advogada especializada em assessoria para mulheres, em entrevista para o site Bebe.

As consequências de atos irresponsáveis de homens que decidem por abandonar o filho reflete em toda vida do pequeno, prejudicando em diversas maneiras e interferindo desde aspectos físicos e psíquico do seu desenvolvimento.

PAGAR PENSÃO NÃO É CUMPRIR SUA FUNÇÃO DE PAI
Muitos homens se orgulham por pagar a pensão estipulada pela justiça e acham que isto basta para cumprir sua função de pai. Uma criança exige muito mais de atenção e cuidados do que simplesmente uma porcentagem do seu salário, isto quando o cara não omite seus rendimentos para não ‘ter que dar mais dinheiro a sua ex-mulher’.

Vale lembrar que já existem homens que foram obrigados a pagar indenização por abandono afetivo, que consiste na omissão de cuidado, de criação, de educação, de companhia e de assistência moral, psíquica e social que o pai e a mãe devem ao filho quando criança ou adolescente. Ou seja, ser pai é muito mais do que reservar uma parte do seu salário e fazer visitas esporádicas de 15 em 15 dias, 1 mês, para ver como a criança está. Se você, homem, não esteve ao lado de uma mãe, jamais saberá o quanto de cuidados e atenção uma criança exige dos seus cuidadores.

E se você não leva a sério, vou te informar aqui que em 2015, um juiz de Ribeirão Preto (SP) condenou um pai a indenizar o filho por danos morais. O menino relatou ter sido tratado com frieza durante toda a vida e que a ausência da figura paterna lhe havia causado sofrimento. O pai foi obrigado a pagar R$ 100 mil de indenização. E este não é um caso isolado.

COMO POSSO MUDAR A REALIDADE DE ABANDONO PATERNO?

Sendo pai ou não, você tem um papel importante para mudar a realidade. Primeiro, cuidando do seu próprio filho. Lembre-se que pode existir ex-mulher, mas não existe ex-filho. Cuide do seu para sempre, independente do relacionamento que tem com a mulher do seu pequeno.
A segunda forma de ajudar não sendo pai é simplesmente tentando conscientizar outros homens que se vangloriam por não exercer a paternidade, por abandonar suas responsabilidades como pai. Pode parecer uma coisa pequena, mas se você deixar bem claro que piadinhas sobre o tema não tem nenhuma graça, vai fazer com que estes caras repensem seus atos.

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