Basta olhar para seus
familiares, amigos próximos ou mesmo para você, casos de pais que abandonam
filhos, sequer os assume ou aparece de vez em nunca é muito mais comum do que
pensa. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, 5,5 milhões de crianças
brasileiras matriculadas em escolas não têm o nome do pai em seus registros de
nascimento.
Segundo dados colhidos pelo
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de 2015, o Brasil
ganhou mais de 1 milhão de famílias compostas por mãe solo, em um período de
dez anos. Só no Estado de São Paulo, há 750 mil pessoas, de 0 a 30 anos, sem o
nome do pai no registro, de acordo com dados do governo estadual.
Isso só para falar daqueles que
já sumiram desde o primeiro momento, sem contar homens que abandonam os
pequenos depois do nascimento ou durante o crescimento da criança.
Por mais que o relacionamento
não tenha dado certo com a mulher do seu filho, usar como justificativa isso
para abandonar a criança não é válido, apesar de ser conveniente para muitos
homens.
Quando um pai cuida de um
filho, que é simplesmente sua responsabilidade, é louvável de parabenizações,
elogios. Enquanto isso, você já parou para pensar em todos os julgamentos que
uma mulher recebe quando não está cumprindo seu papel de mãe?
O que quero falar aqui é o
quanto a ausência e abandono paterno podem acabar com a vida de uma criança.
“Os prejuízos vão muito além do
nome que não consta na certidão. O abandono material acarreta sérias
consequências na subsistência da criança, que depende só da mãe para ser
provida. No entanto, a longo prazo, o abandono afetivo acarreta traumas que
jamais serão mensurados, já que a ausência paterna pode trazer inúmeros danos
psicológicos”, ressalta Thaís Perico, advogada especializada em assessoria para
mulheres, em entrevista para o site Bebe.
As consequências de atos
irresponsáveis de homens que decidem por abandonar o filho reflete em toda
vida do pequeno, prejudicando em diversas maneiras e interferindo desde
aspectos físicos e psíquico do seu desenvolvimento.
PAGAR
PENSÃO NÃO É CUMPRIR SUA FUNÇÃO DE PAI
Muitos homens se orgulham por
pagar a pensão estipulada pela justiça e acham que isto basta para cumprir sua
função de pai. Uma criança exige muito mais de atenção e cuidados do que
simplesmente uma porcentagem do seu salário, isto quando o cara não omite seus
rendimentos para não ‘ter que dar mais dinheiro a sua ex-mulher’.
Vale lembrar que já existem
homens que foram obrigados a pagar indenização por abandono afetivo, que
consiste na omissão de cuidado, de criação, de educação, de companhia e de
assistência moral, psíquica e social que o pai e a mãe devem ao filho quando
criança ou adolescente. Ou seja, ser pai é muito mais do que reservar uma parte
do seu salário e fazer visitas esporádicas de 15 em 15 dias, 1 mês, para ver
como a criança está. Se você, homem, não esteve ao lado de uma mãe, jamais
saberá o quanto de cuidados e atenção uma criança exige dos seus cuidadores.
E se você não leva a sério, vou
te informar aqui que em 2015, um juiz de Ribeirão Preto (SP) condenou um pai a
indenizar o filho por danos morais. O menino relatou ter sido tratado com
frieza durante toda a vida e que a ausência da figura paterna lhe havia causado
sofrimento. O pai foi obrigado a pagar R$ 100 mil de indenização. E este não é
um caso isolado.
COMO
POSSO MUDAR A REALIDADE DE ABANDONO PATERNO?
Sendo pai ou não, você tem um
papel importante para mudar a realidade. Primeiro, cuidando do seu próprio
filho. Lembre-se que pode existir ex-mulher, mas não existe ex-filho. Cuide do
seu para sempre, independente do relacionamento que tem com a mulher do seu
pequeno.
A segunda forma de ajudar não
sendo pai é simplesmente tentando conscientizar outros homens que se vangloriam
por não exercer a paternidade, por abandonar suas responsabilidades como pai.
Pode parecer uma coisa pequena, mas se você deixar bem claro que piadinhas
sobre o tema não tem nenhuma graça, vai fazer com que estes caras repensem seus
atos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário