domingo, 30 de abril de 2017

"Dez Regras Para Viver Mais e Melhor"

Recebi um áudio e decidi transcrever e compartilhar, porque diz muito sobre a forma que penso em relação escolhas que devemos fazer para  aproveitar melhor a vida.  Afinal, a maioria das pessoas sonha em ter saúde e consequentemente ser feliz.  O texto explica que em Okinawa no Japão, existe um pequeno povoado chamado Ogimi, conhecido pelo grande número de centenários. Para desvendar os segredos desses habitantes tão longevos, os espanhóis Héctor Garcia e Francesc Miralles foram até a aldeia e registraram sua experiência no livro: Ikigai – “Viva Bem Até aos Cém” . O livro conta os segredos que descobriram junto aos anciãos da aldeia, mas qual será a receita milagrosa dos moradores de Ogimi, para ter uma vida tão longa, saudável e feliz? O segredo está em ter uma razão para levantar todos os dias pela manhã e com certeza gostar de viver. Contudo, este não é o único segredo para a longevidade dos anciãos de Ogimi. Desta maneira, segue as dez regras para  viver mais e melhor:

1-    Mantenha-se ativo: Enquanto a saúde permitir, continue trabalhando, encontre atividades que lhe façam bem e que tragam conforto. Não é porque envelheceu que estará impedido de fazer coisas que tenham valor e lhe faça sentir-se útil.

2-    A calma deve imperar: O estresse é uma das maiores causas do envelhecimento. Em Okinawa, as pessoas sabem organizar seu tempo de forma diferente e com isso costumam levar uma rotina mais sossegada. A pressa segundo os autores, é inversamente proporcional a qualidade de vida. Quando se deixa para trás as urgências, o tempo e a vida ganham um novo significado.

3-     Não coma até ficar cheio: As refeições dos habitantes da Vila de Ogimi são ricas em peixe, legumes, tofu e batata doce. Além da alimentação saudável e o baixo consumo de sal. Há outro fator que contribui para a boa saúde deles, o hábito de parar de comer quando estão 80% satisfeitos. Segundo estudos, o cérebro demora 20 minutos para registrar que o estomago está cheio. Além deles pararem antes de estarem completamente saciados, os japoneses costumam comer em pequenos pratos para evitar os excessos na alimentação. Com isso o corpo não sofre desgaste por digerir tanta comida e nem ingere calorias em excesso a cada refeição, pois é o que acaba acontecendo quando comemos movidos pelo impulso.

4-  Tenha Bons Amigos: Amigos verdadeiros são as melhores coisas que podemos ter na vida, é como um remédio que nos ajudam a esquecer das preocupações e nos apoiam nos momentos mais conturbados. Para eles é possível contar, interagir, ouvir histórias que faz sorrir e encher o coração de alegria, pedir conselhos, compartilhar sonhos, enfim, viver. No Japão, as comunidades criam associações para que os habitantes estejam mais próximos uns dos outros e possam praticar atividades juntos, criando forte vinculo de amizade e cooperação. O sentimento de segurança que a amizade proporciona contribui para uma maior satisfação pela vida e evita doenças, tais como,  Depressão.

5-    Esteja Próximo da Natureza: É preciso estar em contato com a natureza para recarregar as baterias. Para ter uma ideia existe até uma terapia muito famosa no Japão, chamada "Shinrin-yoku" que consiste em um “Banho de Floresta” para relaxar e repor as energias vitais. Boa parte dos japoneses também gostam de cultivar hortaliças e flores no quintal e esse hábito ajuda ocupar a mente e também a fortalecer vínculos com a natureza.

6-    Sorria: Maemuki é uma expressão japonesa que significa olhar pra frente, ser positivo em relação a tudo que acontece a nossa volta. Mesmo nos momentos mais difíceis, é importante lembrar que a vida esta em constante mudança. Não há mal que dure para sempre, não há tristeza que não finde, por isso procure celebrar cada minuto da sua vida e não esqueça que o sorriso é uma arma poderosa, capaz de desarmar até os nossos piores inimigos. Manter o sorriso constante nos lábios também nos ajuda a estabelecer relacionamentos mais amistosos.

7-      Faça exercícios físicos: Desde criança, os japoneses são incentivados a praticar atividade físicas nas escolas e esse hábito se estende até a vida adulta. O exercício físico ajuda a manter o corpo saudável e estimula a produção de hormônios, que trazem sensação de bem estar e felicidade. A famosa ginástica matinal, o "radio taiso", ajuda a preparar o corpo para mais uma nova jornada.

8-     Seja grato pelo que tem: Gratidão é a palavra de ordem! Os habitantes de Okinawa sabem da importância de ser grato, por este motivo, reserva um momento do dia para agradecer as bençãos. Contudo, a quem devemos agradecer? Talvez aos antepassados, a natureza, aos amigos e a família, ou seja, a tudo que ilumina o dia.

9-      Viva o momento: No Japão existe um provérbio que diz: “Ashita wa ashita, Kyô wa Kyô”, ou seja, amanhã é amanhã e hoje é hoje! É preciso viver um dia de cada vez, às vezes se deixa de viver o presente para viver o passado ou o futuro. Viver o momento presente com intensidade nos permite experimentar coisas novas e isso deve ser prioridade em nossas vidas.

10-   Siga o Seu Ikigai: Ter uma razão para sair da cama pela manhã é indispensável para sermos felizes. Dar um sentido a vida nos dá motivação pra continuar vivendo com alegria e intensidade, mesmo após a aposentadoria.

Busque um hobby, uma ocupação que faça fluir sua criatividade. Todas as pessoas tem dentro de si uma paixão, um talento, que pode e deve ser explorado. Se você ainda não encontrou, não se preocupe, nunca é tarde para buscar essa motivação, mas para isso acontecer é preciso olhar profundamente para dentro de si. Só assim, você conseguirá encontrar o seu "Ikigai", ou seja,  o seu propósito de vida.







sábado, 15 de abril de 2017

Tempo bom e que seria ótimo voltar!

Para aqueles que nasceram antes de 1986, como eu, acredito que também tenham saudade de um tempo muito bom, apesar de todas as dificuldades. A Criança era feliz e não tinha ideia que a vida mudaria tanto. De acordo com as lembranças desta  época parecia ser impossível sobreviver aquela realidade, pois não tinha frascos de remédios com  tampas à prova de crianças, ou fechos nos armários e era possível brincar com as panelas, fazer cabana, brincar de esconde-esconde até tarde na rua, fazer carrinho de rolimã, tocar a campainha do vizinho e sair correndo, sem se preocupar se teria punição e  voltar para casa somente quando escurecesse. Ao andar  de bicicleta não usava capacete ou cotoveleiras ou ainda joelheiras, muito menos protetor solar, quando ocorria um tombo, ralando os joelhos e cotovelos, poucas mães ou quase nenhuma levava aos hospitais, pois a cura era lavar com água, passar Merthiolate que ardia mais que tudo. Mais complicado era  na hora do banho, pois a água quente ardia muito,  era necessário fechar os olhos e rezar para  não sentir  tanta dor e dessas situações vinham as cicatrizes que trazem boas histórias. Viajava ou passeava de carro no banco de trás, melhor ainda quando os pais deixavam ficar na parte traseira em cima do motor da Brasília. Bebia água da mangueira, usava-se o mesmo copo e as festas eram regadas de muito ki-suco, refrigerante era luxo,  o bolo era confeitado com clara de ovos e bolinhas prateadas. Os presentes eram sabonetes, meias, calcinhas ou cuecas, mas era muito importante, se sentia especial e tinha a certeza que a mãe havia feito o seu melhor.  Comia-se batata fritas, pão com manteiga, doce de bar que era pura açúcar e ainda assim, ninguém tinha problema com a obesidade, porque gastava-se muito energia com as brincadeiras de rua. Ficávamos o dia inteiro fora de casa, principalmente nas férias escolares, não tinha como a mãe localizar, pois não havia celular. Vale ressaltar que, a única regra era chegar em casa antes do anoitecer, porém, em época de férias era possível ficar até mais tarde. As unhas ficavam imundas, a roupa encardida e o chinelo era consertado com prego para durar mais tempo. Não existiam jogos eletrônicos, a televisão era em preto e branco com estabilizador e em muitos casos era  compartilhada com o vizinho, porque ainda não se tinha condição de comprar uma, mas ninguém ficava frustrado por isto. A parte mais legal era o final de novela, isso se tornava um grande evento e não era permitido conversar, pois a atenção era voltada para a televisão. Ninguém precisava ir de Van para escola, todos caminhavam até o colégio e as mães não tinham a menor preocupação com assaltos, afinal, nesta época as pessoas não roubavam Conga, Kichute ou bolsas. A única recomendação era na hora de atravessar a rua e não cabular aula. Uma época de muitos amigos, dentro e fora da escola. Se existia Bullying? Talvez, mas não se tornava um problema. Reclamação de professor era apanhar em casa na certa, era necessário ir de uniforme e sem maquiagem para o colégio, cantava-se o hino nacional logo na entrada e tabuada se sabia de cor. Quando a diretora entrava na sala era necessário todos ficarem de pé em respeito à autoridade maior. Os pais eram firmes, rígidos, tinha o comando e mesmo assim, não tinha espaço para revoltas, ao contrário o respeito imperava. Não me recordo de mães depressivas ou estressadas, mesmo sem ter máquina de lavar roupa ou louças, água vinha de poço, não se tinha forno de micro-ondas e nem como fazer pedido de comida por telefone. O mais interessante que não tinha adolescentes que se mutilavam ou cometiam suicídios, mas também não existia o acesso às drogas, no máximo era uma garrafa de vinho ou cigarros, mesmo assim, ninguém roubava para manter o vicio.  Se você também viveu nesta época, parabéns! Mas penso que algo deve ser feito para mudar a realidade atual, triste ver crianças sem infância, não tendo a possibilidade de gastar energia e a solução para que os pais tenham um pouco de tranquilidade quando os pequenos são hiperativos é serem medicados. As farmácias estão parecendo um shopping, muitos estão ganhando com este formato de sociedade. Está mais que na hora de mudar este cenário, resgatar um pouco do passado e aplicar no presente. Criar meios e possibilidades para que a criança saiba o valor de uma amizade e proporcionar vínculos afetivos. Ter mais disposição e boa vontade, andar mais a pé, gastar energia, não ter preguiça de levar o filho e seus amigos num parque nos finais de semana. Oferecer aos amigos e familiares  “aquele” almoço de domingo, mesa cheia e de boa conversa. Está em tempos de mudar o rumo desta geração, para que a história seja diferente, para não ter  arrependimentos  e lamentações. 

domingo, 2 de abril de 2017

Ser Terapeuta!

Ser terapeuta é um trabalho rico, sempre novo, surpreendente e variado, das mais frequentes frustrações aos raros momentos de realização de um trabalho completo e bom.  Muitas vezes me percebo extremamente pretensiosa, quando perco minha condição de remediadora e quero ser removedora. Confesso que meu desejo maior é o de curar angústias, desalentos, doenças tanto física como mental, ou seja, remover qualquer tipo de enfermidade. Gostaria de ter o poder de minimizar o sofrimento, diminuir os tormentos da alma e aniquilar de vez o martírio daquele que me procura. Em muitos momentos tenho desejo de uma criança, que sonha com aquela varinha de condão que ao tocar na cabeça daquele que padece, fosse possível sumir qualquer dissabor. Seria tão bom se como num passe de mágica, converter os pensamentos automáticos negativos em positividade. É difícil aceitar que não tenho poder nenhum neste sentido, infelizmente não existe uma fórmula que possa reverter o sofrimento em alegria, porém, há de existir paciência, esperança e fé de que o tempo ameniza e alivia as dores.  Vale ressaltar que, apesar de ser trabalhoso lidar com o ser humano em sua complexidade, ainda assim, é gratificante! Ser terapeuta é fazer o individuo acreditar em possibilidades de dias melhores, uma vez que, ninguém nasceu para ser infeliz.  Ser terapeuta é aproveitar a qualquer custo o que a pessoa tem de melhor e devolver em forma de afetividade. Ser terapeuta é proporcionar troca de experiência. Tenho o privilegio de aprender em cada encontro e me sinto honrada de fazer parte da vida do outro. Saber que uma palavra pode mudar uma história, um olhar afetuoso e um abraço aconchegante pode transformar a dor em alivio. Tenho muitos motivos para agradecer cada pessoa que cruzou o meu caminho, principalmente aqueles que se permitiram ser terapeutizados. Vejo-me como alguém que está num processo de aprendizagem contínuo, porque a cada dia descubro novas formas de perceber o mundo. Ser terapeuta é: reconhecer o limite seu e do outro, respeitar a condição do ser humano, entender que nem tudo depende da nossa vontade. Aceitar que faz parte da psique humana o egoísmo e ingratidão, por mais que se faça é comum o que sofre não reconhecer o que está sendo feito. Contudo, tenho noção que ao tocar no outro é necessário ter prudência e sabedoria, busco construir uma relação de confiança e lealdade. Concomitantemente uma coisa é certa estou tentando fazer o meu melhor, porque sei que a minha missão é cuidar de pessoas e amo a escolha que fiz!