domingo, 31 de janeiro de 2016

"Lidando com a Traição"



Levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima, nem sempre é fácil quando o assunto é traição. Vale lembrar que a traição não precisa acontecer somente entre casais, pode ocorrer entre parente, amigo, chefe ou colega de trabalho. Contudo, no processo de traição envolvem vários sentimentos: decepção, raiva, culpa, frustração, desesperança, mágoa, rancor, revolta, arrependimento, baixo auto estima, entre outros. A decepção é um dos sentimentos mais forte, pois se percebe que não conhecia a pessoa tão bem como pensava. Daí surge a raiva e ao mesmo tempo culpa, uma mistura de sensações e angústias, pois acredita-se que de alguma maneira teve sua contribuição em função do outro tê-lo traído. Vem também neste cenário a frustração e o pensamento sobre nunca mais encontrar alguém que possa ser fiel e assim o indivíduo torna a  vida num tormento. Perde-se a esperança de ser feliz novamente e o rancor e revolta vem à tona. A pessoa traída se compara com a pessoa que foi objeto de traição, pois em sua imaginação o faz sentir muito inferior, feio, sem graça, menos inteligente que qualquer indivíduo, a autoestima fica lá embaixo, porque quando se está magoado, a tendência é a de se culpar ou ficar buscando explicações. Então, será que é possível ficar bem depois de descobrir que foi traído? Antes de responder esta questão, faz-se necessário compreender os motivos reais do “traidor”, pois a infidelidade raramente é questão de sexo. Geralmente reflete falta de intimidade e necessidades não atendidas. Para recuperar uma relação que passou por momentos tão difíceis, é necessário tornar-se mais íntimo do parceiro, passando mais tempo juntos, conversando e dividindo as coisas. Tentar superar uma traição é difícil, mas impossível quando apenas uma parte quer. Se a decisão for a de manter a relação, é importante agir de comum acordo, comprometendo-se a salvar o relacionamento. Isso inclui abrir espaço para que o parceiro traído manifeste sua dor, raiva e tristeza, podendo levar anos para ser curado. Todavia, ser compreensivo irá semear o terreno para uma transformação positiva, em vez de ficar ruminando sobre a traição. Faça um exercício e pense em todas as características positivas daquele que cometeu o deslize. Uma das maneiras de superar uma infidelidade é lembrar os motivos que possibilitaram a união, como na época do namoro, do casamento, como eram felizes ou repensar nos momentos prazerosos. E depois, pensar sobre como seria o futuro ideal do casal, incluindo projetos de vida, planos de viagens e principalmente se ainda permaneceu o sentimento, companheirismo e cumplicidade. Enfim, busque ajuda em livros, blogs, sites sobre o assunto, o que ajudará a entender as reações comuns a uma traição. Elimine antigos pensamentos, comportamentos ou qualquer outro resquício que possa causar outro ato de infidelidade. Desta maneira, é possível lidar e superar a traição e tornar a relação melhor do que era.




quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Viver Intensamente

Após a morte do cantor e compositor Chorão (Alexandre Magno Abrão) uma pessoa fez o seguinte comentário: “o mais importante era viver intensamente, independente de morrer jovem.” E acrescentou: “Viver pouco, porém, ter alcançado a fama, sucesso e no auge das realizações de curto prazo era o suficiente para ter valido a pena”. Daí vem uma pergunta: Será? Será que não se pode viver tudo isto, mas na medida certa, sem correr riscos de ferir as pessoas que estão à sua volta? No caso do cantor que pregava que: “o tempo, às vezes, é alheio à nossa vontade”, é de se pensar se foi mesmo o suficiente. Porque quando o indivíduo morre jovem, fica a sensação de que ainda tinha coisas para serem realizadas e que poderia ter ido mais longe. Além do sofrimento da família e amigos pela impossibilidade de ter feito alguma intervenção. Neste sentido, até que ponto é válido o argumento de que viver intensamente é o melhor. Por outro lado, muitas pessoas tem a falsa ideia de vida longa e se enganam ao pensar que vão durar para sempre. Por exemplo, ao dirigir em alta velocidade, não se alimentar corretamente, não fazer nenhuma atividade física, não ir ao médico regularmente, brincando com a saúde sem se preocupar com o prejuízo que a prevenção poderia evitar. Existem ainda aqueles que apostam que viver intensamente é suficiente. Vem outra pergunta para estes egoístas em plantão: Suficiente para quem? A propósito não seria perfeito, chegar à melhor idade, olhar para trás e reconhecer que viveu todas as oportunidades. Contudo, ter a sensação de realização, quer seja pessoal ou profissional. Nesta perspectiva, o melhor não seria buscar formas de ter qualidade, encontrar prazer nas pequenas coisas e fazer com que o tempo seja alheio as nossas vontades e não contrário? Para isto, reveja suas prioridades e necessidades, crie, invente e reinvente novas formas de tocar a vida. Acredite na capacidade de viver de maneira saudável e prudente, sem correr riscos ou extrapolar os limites, ainda que intensamente.  

sábado, 23 de janeiro de 2016

Patologia ou Ineficiência no Processo de aprendizagem?

O encaminhamento de crianças com dificuldades de aprendizagem para atendimento psicoterápico tem crescido de maneira alarmante. Ao longo do tempo, têm sido rotineiro os consultórios de; Psicologia, Psicopedagogia Fonoaudiologia ou mesmo da Neurologia receberem crianças com algum tipo de dificuldade envolvendo as questões escolares. A partir daí parece que começa uma verdadeira “caça as definições”, de um lado profissionais que precisam atender a demanda e fazer um bom laudo para justificar seus honorários. São inúmeras sessões, com os mais variados testes e atividades lúdicas, para rotular o sujeito que ele é portador de um problema cognitivo. Em alguns casos, faz necessário prescrever uma medicação para obter um resultado satisfatório com relação ao seu desempenho escolar. Cria-se nomes para as mais adversas patologias, algumas que se tornam moda no vocabulário da população, tal como: Hiperatividade, Déficit de Atenção (TDAH), entre outros. Do outro lado, a Instituição que ao enviar o aluno tido como “problema”, para os mais diversos profissionais, se permite  ficar numa posição confortável, pois seu dever foi cumprido e isenta-se das responsabilidades. Neste cenário, não é permitido existir dúvidas se de fato a criança necessita de um tratamento multidisciplinar.  Parece que se torna mais fácil  diagnosticar ao invés de investigar, a partir de quando o aluno começou a apresentar as dificuldades, ou mesmo identificar quais são as causas do insucesso escolar.  Vale salientar que não se descarta a possibilidade de uma anormalidade, porém, além de descobrir que tipo de patologia o sujeito é portador é propor novas ferramentas que este possa aprender com a mesma condição daquele tido como “normal”. Partindo deste pressuposto, é de fundamental importância introduzir inovações educacionais que melhor instrumentalizem os alunos, além de criar meios que possibilitem a formação continuada a serviço do professor.  Outra melhoria seria oferecer serviços especiais, tais como; orientação e supervisão para os profissionais na área da educação, para que estes possam discernir entre patologia de ineficiência. Nesta perspectiva, este artigo propõe uma reflexão sobre a situação vivida no âmbito escolar, bem como, identificar de fato o que acontece com a criança que não aprende. Ou seja, investigar a verdadeira causa do insucesso escolar e o papel da família, bem como a responsabilidade dos envolvidos neste aspecto. A partir daí estimular as potencialidades, devolvendo ao sujeito o direito de aprender, mas antes de tudo aprender a respeitar suas limitações, sem rotular de que ele não tem êxito porque não tem interesse. Enfim, o corpo docente precisa desenvolver estratégias para lidar de forma preventiva com o fracasso escolar, pois a escola carece menos de uma transformação e sim de ser reinventada.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

"A importância de Dizer Não aos Filhos"



Nos últimos tempos, tem sido cada vez mais difícil para os pais manterem uma posição perante as solicitações dos filhos. Principalmente saber em que momento se deve dizer "não" a eles, uma vez que, é mais fácil e confortável agradá-los do que se impor. A questão é que ser pai, vai além do papel de ser "bonzinho" e fazer tudo que o filho quer. Afinal, ninguém tem tudo que quer, na hora que quer e como quer. Ser pai é ter responsabilidade, comprometimento, autoridade, sem autoritarismo, ser firme com os filhos, para que este aprenda a viver em sociedade. Nesta perspectiva, parece que o responsável pela educação se perdeu na questão dos limites, de quando exigir respeito e se impor. Todavia, há de se convir que, para ter tudo na vida, quando adulto, ele fatalmente terá que ser extremamente competitivo e provavelmente em muitos momentos será desonesto para conseguir alcançar seus objetivos. Caso contrário, como aceitar qualquer derrota, qualquer "não" se nunca lhe fizeram crer que isso é normal. Não se defende a ideia de que se crie um ser acomodado sem ambições e derrotista. De forma alguma, é o equilíbrio que precisa existir: o reconhecimento realista de que, na vida às vezes se ganha, e, em outras, se perde. Enfim, para fazer com que um sujeito seja um lutador é preciso que desde logo ele aprenda a lutar pelo que deseja sim, mas com seus próprios recursos, e não fazendo-o acreditar que alguém lhe dará tudo com facilidade. Satisfazer as necessidades dos filhos é uma obrigação dos pais, mas é preciso distinguir claramente o que são necessidades do que é apenas consumismo caprichoso, e acima de tudo, reforçar que todas as pessoas têm direitos e também obrigações.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

"O Azar mora ao Lado"



O ser humano é provido de muitas crenças, crendices, manias e fantasias. Quem nunca se pegou beijando o pão que caiu? Afinal jogar o pão no chão é pecado! Ou então desvirando um chinelo, pois um dia alguém lhe disse que a mãe poderia morrer se não o fizesse. Existem tantas crenças e manias que algumas delas passam a se tornar rituais. Rituais estes que ultrapassam a normalidade gerando, muitas vezes, transtornos e situações angustiantes. Por exemplo, o indivíduo que tende a dar pulinhos para encontrar um objeto perdido, ou não cruzar com gato preto, ou ainda evitar passar debaixo de escada, alegando que o azar virá e coisas malignas poderão acontecer. Pior ainda quando se trata de algo relacionado à religião, sendo comum surgirem outras crenças e daí torna-se rituais que se instalam e permanecem por toda a vida. Não se pretende neste artigo criticar a fé das pessoas ou mesmo da escolha de uma religião, porém, é importante entender e separar o que é fé, de manias, rituais, crendices ou mesmo de fantasias. Outro bom exemplo acontece quando o sujeito recebe uma proposta de emprego, e por sua crendice não lhe é permitido falar a ninguém, sob pena de tudo dar errado e ele pode perder a oportunidade do trabalho. Por outro lado, quando se tem uma noticia ruim, ninguém poupa ninguém! Então, o locutor desembesta a falar das suas angústias sem ao menos pensar se de fato o outro quer ouvir. Ou seja, tem-se a ideia de que a situação nefasta não passa para outra pessoa. Outrossim, se for uma situação positiva faz-se necessário guardar a sete chaves aquela informação para não causar inveja e perda. Estes sentimentos não podem  permear a vida dos seres humanos e não digo que não somos providos de sentimentos assim, mas é preciso investigar se não tornou-se um problema e consequentemente tratá-lo. Concomitantemente, a Psicologia possibilita identificar o que era normal e que passou a ser patológico e assim entender o que de fato é realidade ou pensamento distorcido ou ainda, desmistificar as crenças. É fundamental aprender a enxergar se os rituais não estão fora de controle e perceber o que realmente serve para construção de objetivos e metas. Por fim, levar em consideração o que de fato é real para uma vida saudável e ter liberdade de fazer escolhas sem qualquer pensamento supersticioso. 

sábado, 9 de janeiro de 2016

Ser Realista Sem Perder o Otimismo!


É provável que muitas pessoas subestimem o estado de felicidade como algo impossível de acontecer. De fato, ser feliz tendo contas a pagar, dificuldades no relacionamento familiar e afetivo, falta de tempo para se organizar e com problemas de saúde, entre outros, fica difícil acreditar que o ser humano possa vivenciar momentos de felicidade. Por outro lado, quando sonhamos, recarregamos toda a energia para algo positivo. Neste sentido, a Psicologia Positiva desenvolvida por Martin Seligman enfatiza que ter a intenção de experimentar mais emoção positiva a probabilidade de diminuir a carga negativa é maior, ou seja, o pensamento positivo aniquila o negativo, fazendo com que o individuo administre melhor seus sentimentos. Todavia, ser realista é fundamental principalmente na hora de fazer escolhas, porém, sonhar não faz mal a ninguém. Desta maneira, pessoas que passam o dia ou mesmo semanas agarrados aos problemas, acabam não conseguindo enxergar soluções, pois focaliza toda energia para as dificuldades. Pesquisas revelam que os pessimistas desistem com mais facilidade e instalam pensamentos automáticos e crenças de que não vão conseguir, sem ao menos tentar. Existem ainda aqueles que parecem a Hiena (Hardy) da Montanha: passa o tempo se lamentando: “Oh vida, oh céus.” Há ainda aqueles que apostam na felicidade comprada, numa tentativa de compensação, vão às compras e gastam além do que se pode pagar. Se você se vê nestas condições, pare e comece a pensar: O problema existe, agora precisa encontrar a solução para este. Está na hora de enxergar um novo rumo, nenhum ser humano nasceu para sofrer, talvez pequenas mudanças de atitudes possam fazê-lo descobrir um novo caminho. Aprenda a rir com facilidade, achar graça e prazer nos mínimos detalhes, tenha um olhar voltado para as pequenas coisas. Lembre-se do que realmente importa e construa uma nova forma de viver a vida, pois tudo passa: Não há mal que dure para sempre.