sábado, 23 de janeiro de 2016

Patologia ou Ineficiência no Processo de aprendizagem?

O encaminhamento de crianças com dificuldades de aprendizagem para atendimento psicoterápico tem crescido de maneira alarmante. Ao longo do tempo, têm sido rotineiro os consultórios de; Psicologia, Psicopedagogia Fonoaudiologia ou mesmo da Neurologia receberem crianças com algum tipo de dificuldade envolvendo as questões escolares. A partir daí parece que começa uma verdadeira “caça as definições”, de um lado profissionais que precisam atender a demanda e fazer um bom laudo para justificar seus honorários. São inúmeras sessões, com os mais variados testes e atividades lúdicas, para rotular o sujeito que ele é portador de um problema cognitivo. Em alguns casos, faz necessário prescrever uma medicação para obter um resultado satisfatório com relação ao seu desempenho escolar. Cria-se nomes para as mais adversas patologias, algumas que se tornam moda no vocabulário da população, tal como: Hiperatividade, Déficit de Atenção (TDAH), entre outros. Do outro lado, a Instituição que ao enviar o aluno tido como “problema”, para os mais diversos profissionais, se permite  ficar numa posição confortável, pois seu dever foi cumprido e isenta-se das responsabilidades. Neste cenário, não é permitido existir dúvidas se de fato a criança necessita de um tratamento multidisciplinar.  Parece que se torna mais fácil  diagnosticar ao invés de investigar, a partir de quando o aluno começou a apresentar as dificuldades, ou mesmo identificar quais são as causas do insucesso escolar.  Vale salientar que não se descarta a possibilidade de uma anormalidade, porém, além de descobrir que tipo de patologia o sujeito é portador é propor novas ferramentas que este possa aprender com a mesma condição daquele tido como “normal”. Partindo deste pressuposto, é de fundamental importância introduzir inovações educacionais que melhor instrumentalizem os alunos, além de criar meios que possibilitem a formação continuada a serviço do professor.  Outra melhoria seria oferecer serviços especiais, tais como; orientação e supervisão para os profissionais na área da educação, para que estes possam discernir entre patologia de ineficiência. Nesta perspectiva, este artigo propõe uma reflexão sobre a situação vivida no âmbito escolar, bem como, identificar de fato o que acontece com a criança que não aprende. Ou seja, investigar a verdadeira causa do insucesso escolar e o papel da família, bem como a responsabilidade dos envolvidos neste aspecto. A partir daí estimular as potencialidades, devolvendo ao sujeito o direito de aprender, mas antes de tudo aprender a respeitar suas limitações, sem rotular de que ele não tem êxito porque não tem interesse. Enfim, o corpo docente precisa desenvolver estratégias para lidar de forma preventiva com o fracasso escolar, pois a escola carece menos de uma transformação e sim de ser reinventada.

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