Re-si-li-ên-cia .....
A palavra
tem sonoridade estranha e significado pouco conhecido, mas pode fazer a
diferença na sua vida.
O conceito vem da física: é a propriedade que alguns
materiais apresentam de voltar ao normal depois de submetidos à máxima tensão.
As fibras de um tapete de náilon são o exemplo simplificado dessa ação - elas recuperam
a forma assim que acabam de ser pisadas e amassadas.
A psicologia tomou
emprestada essa imagem para explicar a capacidade das pessoas de lidar com
desafios, com problemas, superá-los e até de se deixar transformar pelas
adversidades, pelo “fogo”, que pode fazer estourar e florescer a força interna
que reside em cada pessoa.
Detalhando melhor, o resiliente não se abate
facilmente, não culpa os outros pelos seus fracassos e tem um humor invejável.
Para completar o leque de requintes, ele age com ética e dispõe de uma energia
espantosa para trabalhar. Perfil de herói? Parece. Mas essa qualidade é
encontrada em gente de carne e osso. Segundo Haim Grunspun, professor de
psicopatologia da PUC-SP, um terço da população do mundo tem traços de
resiliência.
Os especialistas em comportamento começaram a estudar o tema,
lembra Grunspun, quando se colocaram diante da interrogação: por que - em
comunidades atingidas por enchentes, terremotos, perseguições raciais,
violência e guerras - algumas pessoas se saem bem e outras não?
Chamava a
atenção um detalhe: aquelas que venciam um obstáculo se mostravam “vacinadas”
para enfrentar o próximo. Que fenômeno seria esse? Até os anos 90, os
estudiosos defendiam que a habilidade para administrar conflitos era inata,
como um dom. A partir daí, comprovaram que o homem pode, sim, desenvolver a
capacidade de se recuperar e de crescer em meio a sucessivos problemas. E é
possível desenvolver resiliência na vida adulta?
A velocista Ádria Rocha, 29
anos, a maior estrela do universo das paraolimpíadas, com uma coleção de
medalhas de ouro e prata, pode ser um bom modelo para você se inspirar. Ela
garante que se torna mais resistente a cada dia. Filha de um pedreiro e de uma
costureira, Ádria e outros três irmãos, entre nove, têm retinose pigmentar,
doença que atinge a retina e pode levar à cegueira. Mineira de Nanuque, a
atleta conta que enxergava minimamente e que amargou a discriminação de
professores e de colegas por causa da dificuldade de aprender. Superou o drama
ao encontrar sua expressão no esporte. Já havia se destacado nas Paraolimpíadas
de Seul, quando, aos 15 anos, se deparou com uma gravidez precoce. Casou e
abandonou as pistas por exigência do marido. Aos 18 anos, mais problemas: ficou
completamente cega. A nova realidade fez com que Ádria juntasse forças para se
separar e voltar aos treinos. Sem patrocínio, sustentava a filha, Bárbara,
vendendo bilhetes de loteria nas ruas de Belo Horizonte. Títulos e medalhas
vieram um atrás do outro, até conquistar o primeiro lugar no ranking mundial. Ela detém o recorde de 12 minutos e 34 segundos nos 100 metros rasos, obtido em
2000, em Sydney. “Se ficasse choramingando, usando como desculpa a falta de
dinheiro, de visão e de marido, com certeza não chegaria a lugar algum”, diz.
Quem ouve a história de Ádria imagina que seja a mulher-maravilha. Não é. Ela
desmoronou no ano passado, ao sofrer uma contusão no joelho e uma cirurgia.
“Tive medo de não conseguir mais correr”, revela.
Para essas pessoas especiais, porém, um empurrão basta. No caso da atleta, veio da fisioterapeuta Vanda Sampaio. “Ela me acompanhou nos exercícios e me ajudou a recuperar a autoconfiança.” Uma das principais especialistas em resiliência, a psicóloga Cenise Monte Vicente explica que, para desenvolver essa capacidade, nós precisamos encontrar apoio - mesmo que pequeno - e sentir que alguém acredita em nós.
Para essas pessoas especiais, porém, um empurrão basta. No caso da atleta, veio da fisioterapeuta Vanda Sampaio. “Ela me acompanhou nos exercícios e me ajudou a recuperar a autoconfiança.” Uma das principais especialistas em resiliência, a psicóloga Cenise Monte Vicente explica que, para desenvolver essa capacidade, nós precisamos encontrar apoio - mesmo que pequeno - e sentir que alguém acredita em nós.
O fatalismo e a vitimação passam longe dos resilientes.
Nunca pensam: “Tudo é difícil”, “Não consigo mudar de rumo” ou “Ninguém faz nada por mim”. Pelo contrário, arregaçam as mangas para reverter a situação indesejável. E têm metas bem definidas - nada de grandes devaneios, como enriquecer, ficar famoso... Plano, para eles, é algo concreto, acessível e realizável em curto prazo.
Nunca pensam: “Tudo é difícil”, “Não consigo mudar de rumo” ou “Ninguém faz nada por mim”. Pelo contrário, arregaçam as mangas para reverter a situação indesejável. E têm metas bem definidas - nada de grandes devaneios, como enriquecer, ficar famoso... Plano, para eles, é algo concreto, acessível e realizável em curto prazo.
ALGUMAS DICAS DOS RESILIENTES
PARA QUE VOCÊ TAMBÉM SE TORNE UM:
- Os projetos dos resilientes vêm acompanhados de imagens. Quem não consegue se projetar no futuro dificilmente realiza seus desejos.
- Dê um tempo para pesar prós e contras. Assim, a ansiedade diminui.
- Nutra-se das pequenas vitórias que você conquistou, mas que acabou minimizando.
- Inspire-se nos ídolos que superaram problemas.
- Trabalhando os recursos pessoais, o lado saudável, você se fortalece muito mais do que se ficar enfatizando as suas deficiências e os seus conflitos.
- Num momento de crise, formule uma explicação para o que está ocorrendo: analise as circunstâncias, a sequencia dos fatos e as razões. Tente entender os seus sentimentos em relação a tudo isso.
- Pense no que vai fazer quando sair da crise. Fica mais fácil suportar a dor ao se imaginar no futuro. O tempo que rege o resiliente é o presente.
- Comece, agora, a mudar a situação indesejada: estude, trabalhe, seja livre.
- Não pense só em você, mas nos que vão se beneficiar da sua conquista ou tomar sua história como exemplo.
Texto extraído da Internet.
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