Medicamento será que é a melhor opção?

Uso de medicamentos parece que se tornou a solução mágica para todos os males, se perdeu um ente querido, dificuldades de relacionamento, divórcio, traições, problemas financeiros, crianças agitadas, idosos ociosos, adolescentes frustrados, sentimento de posse, baixo estima e falta de motivação, para todas estas situações  ou outras tantas adversidades da vida, se medicar é a resposta, ou seja, o segredo é se dopar. Assim, não se sente as angustias e tampouco o peso das responsabilidades. Deste jeito, o caminho encontrado pela maioria é recorrer ao uso de remédios, pois este trará alivio imediato, noites de sono tranquilas e a sensação de dias melhores. Um bom exemplo disso é quando ocorre o luto, neste processo existem as fases: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação, não necessariamente são iguais para cada pessoa, outrossim, cada fase pode ser mais ou menos intensa, é angustiante, mas não é impossível de vivencia-las. De forma gradual é possível elaborar e adaptar-se a nova rotina e voltar a interessar-se pela vida. É triste perceber que o sujeito não consegue lidar com as dificuldades, frustrações e aflições. Vale ressaltar que, ao entrar em contato com o sofrimento, o ser humano evolui, cresce e se fortalece. Não quero criticar os profissionais envolvidos nesta questão, mas já fazendo uma observação, ao invés de prescrever um remédio para o paciente, seria importante o médico entender melhor a dinâmica do individuo. Penso que muitas vezes na primeira sessão a pessoa está muito mexida emocionalmente, talvez, depois de três a quatro atendimentos o profissional tem uma melhor condição de avaliar, visto que, o cliente estará menos angustiado. Não estou afirmando que o uso da medicação não seja necessário, porém, na maioria dos casos, basta um acolhimento para que o sofrimento se torne menos intenso. Há, ainda, os efeitos colaterais das drogas. Quantas vezes chegam pessoas em meu consultório aflitas e depois de algumas semanas é possível perceber um quadro diferente do inicial. Para isso, é fundamental que ela tenha ciência que é preciso mudar para ter uma vida melhor, ocupar o tempo, despertar o desejo de fazer algo diferente. Entender o que ocorreu no percurso da vida para estar daquele jeito. Ninguém nasceu para ser infeliz! Não existe uma formula mágica pra acabar com o incomodo, mas é preciso acreditar que dias melhores virão. Contudo, é importante procurar ajuda, quer seja na medicina, na família, de um amigo ou mesmo de uma religião, mas lembre-se o caminho é o próprio desejo de querer se melhorar. De preferência sem remédio!