O encaminhamento de crianças com dificuldades de
aprendizagem para atendimento psicoterápico tem crescido de maneira alarmante.
Ao longo do tempo, têm sido rotineiro os consultórios de; Psicologia,
Psicopedagogia Fonoaudiologia ou mesmo da Neurologia receberem crianças com
algum tipo de dificuldade envolvendo as questões escolares. A partir daí parece
que começa uma verdadeira “caça as definições”, de um lado profissionais que
precisam atender a demanda e fazer um bom laudo para justificar seus
honorários. São inúmeras sessões, com os mais variados testes e atividades
lúdicas, para rotular o sujeito que ele é portador de um problema cognitivo. Em
alguns casos, faz necessário prescrever uma medicação para obter um resultado
satisfatório com relação ao seu desempenho escolar. Cria-se nomes para as mais
adversas patologias, algumas que se tornam moda no vocabulário da população,
tal como: Hiperatividade, Déficit de Atenção (TDAH), entre outros. Do outro
lado, a Instituição que ao enviar o aluno tido como “problema”, para os mais
diversos profissionais, se permite ficar
numa posição confortável, pois seu dever foi cumprido e isenta-se das
responsabilidades. Neste cenário, não é permitido existir dúvidas se de fato a
criança necessita de um tratamento multidisciplinar. Parece que se torna mais fácil diagnosticar ao invés de investigar, a partir
de quando o aluno começou a apresentar as dificuldades, ou mesmo identificar
quais são as causas do insucesso escolar.
Vale salientar que não se descarta a possibilidade de uma anormalidade,
porém, além de descobrir que tipo de patologia o sujeito é portador é propor
novas ferramentas que este possa aprender com a mesma condição daquele tido
como “normal”. Partindo deste pressuposto, é de fundamental importância
introduzir inovações educacionais que melhor instrumentalizem os alunos, além
de criar meios que possibilitem a formação continuada a serviço do
professor. Outra melhoria seria oferecer
serviços especiais, tais como; orientação e supervisão para os profissionais na
área da educação, para que estes possam discernir entre patologia de ineficiência.
Nesta perspectiva, este artigo propõe uma reflexão sobre a situação vivida no
âmbito escolar, bem como, identificar de fato o que acontece com a criança que
não aprende. Ou seja, investigar a verdadeira causa do insucesso escolar e o
papel da família, bem como a responsabilidade dos envolvidos neste aspecto. A
partir daí estimular as potencialidades, devolvendo ao sujeito o direito de
aprender, mas antes de tudo aprender a respeitar suas limitações, sem rotular
de que ele não tem êxito porque não tem interesse. Enfim, o corpo docente precisa
desenvolver estratégias para lidar de forma preventiva com o fracasso escolar,
pois a escola carece menos de uma transformação e sim de ser reinventada.
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