O ser humano é provido de muitas crenças, crendices, manias
e fantasias. Quem nunca se pegou beijando o pão que caiu? Afinal jogar o pão no
chão é pecado! Ou então desvirando um chinelo, pois um dia alguém lhe disse que
a mãe poderia morrer se não o fizesse. Existem tantas crenças e manias que algumas
delas passam a se tornar rituais. Rituais estes que ultrapassam a normalidade
gerando, muitas vezes, transtornos e situações angustiantes. Por exemplo, o
indivíduo que tende a dar pulinhos para encontrar um objeto perdido, ou não
cruzar com gato preto, ou ainda evitar passar debaixo de escada, alegando que o
azar virá e coisas malignas poderão acontecer. Pior ainda quando se trata de
algo relacionado à religião, sendo comum surgirem outras crenças e daí torna-se
rituais que se instalam e permanecem por toda a vida. Não se pretende neste
artigo criticar a fé das pessoas ou mesmo da escolha de uma religião, porém, é
importante entender e separar o que é fé, de manias, rituais, crendices ou
mesmo de fantasias. Outro bom exemplo acontece quando o sujeito recebe uma
proposta de emprego, e por sua crendice não lhe é permitido falar a ninguém,
sob pena de tudo dar errado e ele pode perder a oportunidade do trabalho. Por outro
lado, quando se tem uma noticia ruim, ninguém poupa ninguém! Então, o locutor
desembesta a falar das suas angústias sem ao menos pensar se de fato o outro
quer ouvir. Ou seja, tem-se a ideia de que a situação nefasta não passa para
outra pessoa. Outrossim, se for uma situação positiva faz-se necessário guardar
a sete chaves aquela informação para não causar inveja e perda. Estes
sentimentos não podem permear a vida dos
seres humanos e não digo que não somos providos de sentimentos assim, mas é
preciso investigar se não tornou-se um problema e consequentemente tratá-lo.
Concomitantemente, a Psicologia possibilita identificar o que era normal e que
passou a ser patológico e assim entender o que de fato é realidade ou
pensamento distorcido ou ainda, desmistificar as crenças. É fundamental
aprender a enxergar se os rituais não estão fora de controle e perceber o que
realmente serve para construção de objetivos e metas. Por fim, levar em
consideração o que de fato é real para uma vida saudável e ter liberdade de fazer escolhas sem qualquer pensamento supersticioso.
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