Tenho
o dom do acolhimento, me faço presente na vida das pessoas que precisam se
conhecer e resolver problemas que as afligem. Estudo, busco opiniões, leio e
descordo. Quero sempre me atualizar, preciso fazer as pessoas se energizarem,
se encontrarem e buscar em si mesmo respostas daquilo que as fazem infelizes.
Para isso tenho de estar bem, para isso preciso me conhecer, para isso preciso
ter saúde mental, ou seja, físico e psíquico. Para isso preciso às vezes me
desligar. Deixar de cuidas dos outros e me olhar, me ver, me compreender. Para
isso tenho que buscar forças não no dinheiro, mas na qualidade de vida. Tenho dó,
tenho pena, me sinto desconfortável quando tenho que dispensar alguém e sinto
que faria bem a ela, mas preciso me dar condição de bem atender. Então, preciso
me refazer, preciso me poupar, preciso olhar para os que estão ao meu lado e me
dar um pouco mais. Ah, preciso não absorver o problema alheio, isso traz
desgaste. Isso traz problemas para a saúde.
Para atender com qualidade, preciso ter qualidade de vida. Não posso
abraçar os problemas do mundo e sim dar um mundo de dedicação a quem eu atendo.
Sou uma psicóloga e apenas tão somente um ser humano a serviço de humanos
carentes, cada um com um tipo de patologia. Sou uma psicóloga com minhas
aflições, irritações, chateações, decepções, mas que tento sempre deixar isso
numa caixinha que será aberta na próxima viagem ou passeio. Interessante que consigo
abrir esta caixinha quando saio do consultório e encontro paz nos pequenos
detalhes que a vida oferece. Ser
psicóloga é gratificante, mas preciso equilibrar tudo isso. Tenho alguns
aliados nesta jornada, contudo, preciso aprender a alinhar melhor o tempo.
Enfim, este foi um desabafo de uma psicóloga, que ama o que faz, que ajuda as
pessoas é isso não tem preço.
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