É difícil não se envolver com a Copa, mesmo para
aquelas pessoas que não se familiarizam com o futebol, pouco provável ficar
indiferente ao momento que o país vivencia. O que chama atenção é a forma que o
povo se movimenta no quesito jogo. Fato é que as pessoas sofrem ao final de um
campeonato se o time não tem um resultado positivo. Sentimentos se misturam e
até parece que um ente querido faleceu, pois o sofrimento está estampado nos
rostos. Contudo, o que realmente acontece para tanto gasto de energia no
esporte, mais especificamente no futebol e sacrifícios são feitos para se ir
aos estádios, muitos tornam-se fanáticos pelo seu time a ponto de perder a vida
por esta paixão. O mais interessante é perceber a nação unida na vitória,
cantando com muito entusiasmo o Hino Nacional e neste instante parece que todos
os problemas de ordem pessoal deixam existir. O mundo parou para um evento e
tudo mais passou a ficar despercebido.
Neste cenário, o país se torna menos violento, não se ouve mais nas
mídias noticias da violência, mas na realidade
o crime não deixou de existir, porém,
não é o foco. Por outro lado, quando o Brasil perdeu o jogo para
Alemanha, o inverso ocorreu. O país deixou de ser um orgulho, ônibus voltaram a
ser destruídos, bandeiras foram queimadas e a sociedade voltou a se rebelar.
Por trás deste comportamento o que se pode descrever é que o sujeito não
consegue lidar com as frustrações. Enquanto se ganha é aceitável, mas perder
não faz parte do jogo, para uma sociedade que não aprendeu a conviver com as
perdas da vida. A criança cresce sem aprender a lidar com as frustrações, o
adolescente não luta pelos seus ideais, relacionamentos terminam e o
desfavorecido da relação não da conta do sofrimento e procura o psiquiatra para
ser medicado, pois a dor é intensa e a medicação é a solução, como se o remédio
fosse pensar pela pessoa. O que esperar de uma geração que desde os primeiros
anos de vida o “não” não existe ou quando vem, logo em seguida lhe é oferecido
às compensações, porque a culpa toma conta dos seus genitores. Enfim, é importante
neste contexto repensar sobre os valores que estão sendo repassado aos filhos,
resgatar o respeito ao próximo e abrir espaço para as frustrações, pois elas
são necessárias para o crescimento do homem. Refletir sobre a moral e os bons
costumes, pois estes estão sendo esquecidos pela humanidade. Criar um mundo
melhor depende de cada um, porém, enquanto o lado bom adormece o mal toma conta
e desta maneira a vida terá muito mais prejuízo do que beneficio. É difícil
pensar em futuro, quando não se tem um presente favorável, mas se o indivíduo
tiver ciência da importância do seu papel na sociedade, pode ser que desta
maneira, existirá um mundo melhor.
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