Há tempos estudiosos e pesquisadores analisam o perfil das famílias
e a ordem em que os filhos ocupam na dinâmica familiar, na busca de possíveis
sinais que possam provocar mudanças de comportamento com relação à ordem de
nascimento. Desta maneira, são criados certos estereótipos e pode parecer
loucura ou pura coincidência, mas são bem comuns algumas características de
personalidade na construção da ordem. Por exemplo, o filho mais velho, ou seja,
o primogênito, o nome já revela é o primeiro a chegar ao âmbito familiar, vem
carregado de vários sentimentos, desde a insegurança de cuidar de um ser tão
pequeno; até a superproteção, pois se coloca toda a energia aos cuidados do
recém-nascido. Devido à inexperiência por parte dos pais, se cometem muitos
erros nesta fase. Normalmente, por um tempo, é o rei do pedaço, tem todos os
direitos e os responsáveis canalizam sua atenção de forma a protegê-lo. E se
for o primeiro neto, tanto do lado materno, como no paterno, fica ainda pior
este cuidado. Contudo, quando nasce o segundo filho, o primogênito sofre,
pois ele é destronado, requer-se que ele se desprenda da zona de conforto e
inicia-se um cenário diferente do que estava acostumado. Toda atenção dos pais
era dele e com a chegada do irmão, isso acaba e ele passa a ter muitas
obrigações e poucos direitos. Dentro desta ótica, não há porque ele se sentir
feliz com a chegada de um irmão e costuma reagir com ciúmes, raiva,
desobediência e rebeldia. Daí apresenta uma nova característica de
comportamento, abrindo espaço para uma nova personalidade, o filho mais velho
torna-se autoritário, normalmente o líder e que deve cuidar dos irmãos,
passando ser exemplo. O segundo filho é sempre cercado de preconceitos,
principalmente se num curto período nasce outra criança. Os filhos
intermediários não têm a autoridade dos mais velhos e nem a liberdade dos mais
moços. Normalmente é aquele esquecido por todos, ou melhor, tivera pouca
atenção e às vezes este se sente meio que abandonado, como se suas necessidades
não fossem tão importantes quanto às dos irmãos. Todavia, este posto em partes
facilita sua vida, pois é menos cobrado, torna-se a pessoa mais sensata.
Emocionalmente deveria ser o mais saudável, exatamente porque foi criado com
menos ansiedade, com mais experiência e mais acertos por parte dos pais. Já o
caçula, sendo o último, recebe tanta atenção dos pais quanto de um filho único,
é o mais protegido e mimado pela família. É visto como um bebê que precisa de
toda proteção, porque para os pais é a última experiência e assim não impõe
limites. Tem-se a impressão que os pais ficam seus reféns, o que acaba
infantilizando a criança. É comum tornar-se manipulador, egoísta, inseguro,
imaturo e despreparado para vida. E se a família constitui de um único filho, o
resultado é o mesmo, uma vez que, tende a pensar que o mundo giro ao seu redor,
busca saciar uma carência sem fim e acredita que é o rei do pedaço. É
importante enfatizar o papel dos pais, pois são os responsáveis por lapidar e
formatar estes sujeitos, independente da ordem que os filhos nasçam, deve
tratá-los com igualdade para que entendam que foram criados de forma justa, sem
privilégios e quem sabe assim, os estereótipos sejam menos evidenciados.
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